Mostrando postagens com marcador ana-crônica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ana-crônica. Mostrar todas as postagens

28 de setembro de 2010

Quem pensa nas raízes

Se eu tivesse um diário, ele choraria; escorreria lágrimas de todos os dias.
Com meu choro delegado às páginas, eu silenciaria por dentro e por fora, chegando enfim à solidão.
Por hora ela se mostra como musa inalcansável, como desejo furtivo e impróprio.
Minhas páginas acolheriam minhas lágrimas fraternalmente.
Minhas páginas teriam o melhor de mim, pra eu me ver, então, nelas.
O mundo tem o resto, o resto de um corpo que ainda não é inteiro.
Minhas lágrimas se perdem, vãs.
Vou achá-las não no concreto, mas no vazio.
Somos mais vazios que cheios. Nunca nos tocaremos.
A única experiência tangível é o vazio.
Vazio.
Ser cheio de si é não entender o vazio, é não colocar pra fora as lágrimas, é não ter páginas, é nunca poder se ver.
Eu escrevo em pessoas, as amo.
Quero ser para elas também páginas, um espaço vazio, um depósito de lágrimas.
Felicidade é ser vazio de si.

13 de julho de 2010

Ser

Terreno claro
Ondas lisas
Limpo céu
Três tempos
Compasso
Disrítmico
Do olhar
Que abrigo
A ausência
Alimento
Para ter
Cresçer
Ser

29 de junho de 2010

Não é amor

Amor não é amor.
Amor não é sexo,
não é calmo,
não é temporário,
não é criado,
não se destrói;
amor é sexo
é calmo,
é temporário,
é criado,
se destrói.
Amor, amor
não é um conceito
uma variável
explicável
contido.
Não amo,
t'eterno.

21 de junho de 2010

Inspiração

Passa a Noite
Desenhos
Em claro

Passa o dia
Textos
Em branco

Um
Chega.
Passa.

Pára a vida
Palavras
E só.


(2006)

Revivendo

Do Começo
Nascimento
É
Felicidade
infinita
Dor
que apaga
Luz
constante
Fracasso
imaginário
Amor
É
Morte
Do fim

(2006)

pessoas, árvores.
conversa das cinco.

minha mão a mão dele meus dedos seu casaco seu braço minha cintura sua respiração meu rosto o vermelho dançam.


(2007)

Moe-de-ira

uma menina ainda moça com lembranças de velha.

dois nós
nas pontas vermelhas
do ósculo
enfeitado
de bolinhas:
simples
composição à primeira vista

ao longo
a curva descoberta:
pregas cinzas
denunciam
ligação
antiga e nova

ainda dois traços de consciência beiram a imagem rosa: retângulos perpendiculares; um abrigando a língua e outro tapando a vergonha

aí guardo meus
cen-ta-vos


(2007)

Poesia qualquer

Lá estava eu sentada
Onde o acaso nada
Tinha a me dizer
A saída estava ali
Esperando por você
Mas eu nada de sair
Do êxtase de estar
Fora do alcance do teu amor

Fiquei ainda todos os minutos
Toda a palavra que você
Me diria proibida
E também todas as lágrimas
E os abraços e apertos nada
Diluídos num tempo
Que nunca vai existir
Longe de você

Um segundo, duas cervejas
A vida toda
Eu driblo o acaso
Pra estar longe
Do seu amor
Perto de você, meu amor.


(2007)

Conto-de-fadas

Um dia nasceu uma menina. Vivendo no mundo aprendeu de tudo um pouco e acabou se descobrindo mocinha e bruxa má ao mesmo tempo.
Foi crescendo e foi crescendo, beijou o sapo, dançou com o príncipe, cantou com o passarinho. Mas também espetou dedos, fez maçãs envenenadas e espelhos encantados.
A cada amor nascia de novo e a cada partida morria mais uma vez.
De tanto nascer e morrer, virou fora-da-lei, mas não cessou de amar e de viver.
Hoje é bruxa má mais consigo mesma e mocinha mais com os outros.
A força que a move é a certeza de que sempre poderá ouvir dizer: “Era uma vez ‘o meu conto-de-fadas’”.



(2007)

Conversa com "um cara estranho"

30/8/2006 02:35:30 Ana =) um cara estranho Quanto as crianças: Elas separaram os conceitos logicamente e mesmo não conseguindo dar uma definição do que era brinquedo, apontaram com clareza para suas referências de “brinquedo”. Há uma preocupação deles em sociabilizar; as opiniões são parecidas, discutidas e carecem de aceitação. O momento da brincadeira é um convívio social intenso, com regras e padrões. É uma recriação dos momentos sociai
30/8/2006 02:35:50 Ana =) um cara estranho É uma recriação dos momentos sociais do “mundo adulto” como eles o enxergam.
30/8/2006 02:35:51 Ana =) um cara estranho *elas
30/8/2006 02:37:01 um cara estranho Ana =) eh, jah reparei isso.. mas nem toda brincadeira eh uma recriação do mundo adulto
30/8/2006 02:37:17 Ana =) um cara estranho não...
30/8/2006 02:37:17 Ana =) um cara estranho exemplo.
30/8/2006 02:37:30 um cara estranho Ana =) pular corda
30/8/2006 02:37:57 Ana =) um cara estranho qual é a musiquinha que eles cantam?
30/8/2006 02:38:12 um cara estranho Ana =) sei não... 8-)
30/8/2006 02:39:24 Ana =) um cara estranho enfim, eu tbm não lembro bem... mas oh, são duas crianças segurando uma corda cantando uma música e uma outra ou duas outras tem que obedece-las
30/8/2006 02:39:47 Ana =) um cara estranho entrar e sair da corda
30/8/2006 02:40:45 Ana =) um cara estranho a música é contando uma historinha, ai tem q pular numa perna só, pular cozido assado ensopado depois tem 1 2 3 4 5 e a pessoa tem q pular fora
30/8/2006 02:40:57 Ana =) um cara estranho e se encostar na corda: desobedecer
30/8/2006 02:40:57 Ana =) um cara estranho está fora da brincadeira
30/8/2006 02:41:07 Ana =) um cara estranho com não é°
30/8/2006 02:41:18 Ana =) um cara estranho *?
30/8/2006 02:42:53 um cara estranho Ana =) eh.. sim.. de uma maneira geral elas estao aprendendo a lidar com a disciplina.. mas entao vc diz q n existe qq brincadeira q seja voltada soh pro divertimento?
30/8/2006 02:43:01 um cara estranho Ana =) "entretenimento" fica melhor :P
30/8/2006 02:43:18 Ana =) um cara estranho não
30/8/2006 02:43:49 Ana =) um cara estranho a gente sempre ta aprendendo alguma coisa
30/8/2006 02:43:49 Ana =) um cara estranho eis o por que
30/8/2006 02:44:23 Ana =) um cara estranho não acho q exista uma força suprema que faz com que tudo tenha uma segunda intenção
30/8/2006 02:44:34 Ana =) um cara estranho nós próprios fazemos isso
30/8/2006 02:45:08 um cara estranho Ana =) sim.. brinquedos são feitos por adultos..
30/8/2006 02:45:21 um cara estranho Ana =) e os adultos sabem muito bem o q eles querem q as crianças aprendam
30/8/2006 02:45:28 Ana =) um cara estranho mas o jeito que eles brincam
30/8/2006 02:45:30 Ana =) um cara estranho é deles
30/8/2006 02:45:41 Ana =) um cara estranho não, não é assim exatamente
30/8/2006 02:45:49 Ana =) um cara estranho a gente aprende como educar as crianças
30/8/2006 02:46:02 Ana =) um cara estranho isso muda com o tempo
30/8/2006 02:46:14 Ana =) um cara estranho a gente não da conta de todo o processo educacional
30/8/2006 02:46:14 Ana =) um cara estranho impossivel
30/8/2006 02:46:42 um cara estranho Ana =) mas o q eu digo eh:
30/8/2006 02:49:10 um cara estranho Ana =) esquece...
30/8/2006 02:49:11 um cara estranho Ana =) heaoihoaeihioaehioheaioheioahea
30/8/2006 02:49:21 um cara estranho Ana =) comecei a me empolgar aqui
30/8/2006 02:49:48 Ana =) um cara estranho falafala
30/8/2006 02:52:18 um cara estranho Ana =) Ana =) diz (02:44): nós próprios fazemos isso um cara estranho diz (02:45): sim.. brinquedos são feitos por adultos.. Ana =) diz (02:45): não, não é assim exatamente a gente aprende como educar as crianças a educação muda de acordo com o que a sociedade precisa.. o mundo eh mau.. a educação não tá preocupada na evolução pessoal do ser humano, e sim se ele vai saber fazer parte da massaroca
30/8/2006 02:53:26 um cara estranho Ana =) a educação não "evolui".. só muda dependendo do q o mundo precisa
30/8/2006 02:53:54 um cara estranho Ana =) deu pra sacar ou viajei demais?
30/8/2006 02:54:00 Ana =) um cara estranho sim
30/8/2006 02:54:10 Ana =) um cara estranho não acredito mesmo em evolução
30/8/2006 02:54:10 Ana =) um cara estranho concordo contigo
30/8/2006 02:54:33 Ana =) um cara estranho mas penso que essas nessessidades
30/8/2006 02:54:55 Ana =) um cara estranho podem se sofisticar ao ponto de levar a consciência a outros estágios
30/8/2006 02:54:58 Ana =) um cara estranho por isso acredito na educação
30/8/2006 02:56:29 um cara estranho Ana =) mas "se sofisticar ao ponto de levar a consciência a outros estágios" pode ser visto como evolução.. ou n entendi?
30/8/2006 02:57:25 Ana =) um cara estranho não necessariamente
30/8/2006 02:57:35 Ana =) um cara estranho é esquisito mesmo
30/8/2006 02:57:56 Ana =) um cara estranho é como se você fosse sempre a mesma coisa
30/8/2006 02:58:18 Ana =) um cara estranho mas não tivesse consciência disso
30/8/2006 02:58:18 Ana =) um cara estranho tipo, tanto faz
30/8/2006 02:58:30 Ana =) um cara estranho vc vai ser o mesmo
30/8/2006 02:58:30 Ana =) um cara estranho só vai saber mais ou menos
30/8/2006 02:58:39 um cara estranho Ana =) saquei, saquei
30/8/2006 02:58:43 Ana =) um cara estranho acredito que esse saber mais
30/8/2006 02:58:57 um cara estranho Ana =) pensei nisso hoje de tarde.. vendo 2001 - uma odisseia no espaço :P
30/8/2006 02:59:15 Ana =) um cara estranho e não falo de um saber erudito
30/8/2006 02:59:15 Ana =) um cara estranho va tornar as coisas mais amenas
30/8/2006 02:59:15 Ana =) um cara estranho socialmente
30/8/2006 02:59:15 Ana =) um cara estranho falando
30/8/2006 02:59:32 Ana =) um cara estranho aé?
30/8/2006 02:59:43 Ana =) um cara estranho viu, eu nem precisei ver pra saber
30/8/2006 03:00:28 um cara estranho Ana =) ehaioheaoihioea.. mas foi soh uma das viagens do filme.. eh loko!
30/8/2006 03:01:37 um cara estranho Ana =) me fez pensar nisso.. o filme fala muito tb de evolução tecnologica
30/8/2006 03:02:02 um cara estranho Ana =) porra, um filme de 1968 falando de inteligencia artificial.. achei absurdo.. kubrick eh foda
30/8/2006 03:02:32 um cara estranho Ana =) mas enfim.. jah saimos dos brinquedos
30/8/2006 03:02:57 um cara estranho Ana =) to tirando tua linha de raciocinio pro trabalho aih haeiohioae

To J. Fowles.

"Golden leaves looked brown to me.
The world had lost colour without you
Shapes in the sky looked plain to my eyes.
The world had lost colour without you
I... know... plenty of people with eyes... closed
they don't see you like I do
Darling I do

Notes on the keys meant nothing to me.
The world didn't sing without you
Birds in the trees fell silent for me.
The world didn't sing without you.
Without you... Oh
I... know... plenty of people with eyes... closed
they don't see you like I do
Darling I do
Darling I do See you"

Madame Bovary c´est moi!

"- Eu estou apaixonada!
- ahn, Ana, de novo?
- É de novo, mas é a primeira vez...
- ta, quem?
- Cicrano.
- DE NOVO?
- Mas só tô dizendo que tô apaixonada, oras!
- ai caralho, que seja."


Estar apaixonado é que nem estar doente. Segundo Shakespeare.
Três curas possíveis:
- Você morre.
- A Pessoa morre.
- O amor é impossível (amor platônico).

(não sejamos demasiadamente literais)



Então.


Eu digo que estar apaixonado é aprender.
- Sobre você.
- Sobre a Pessoa.
- Sobre Amor, amar, etc.


Por mais que eu sempre lesse, eu nunca me apaixonei por personagens, livros, autores, etc.
Eu acho a idéia foda, mas não é como se fosse uma pessoa.
Muito materialista, eu. Taurina.
Acho que pessoas são o mistério de verdade.
Agora cansei, muita energia.
Quero uma fase geminiana.
Vou me apaixonar por livros, personagens, histórias.


Assim como Batman vive para Gotham City, eu quero viver para um livro.
E depois outro, e outro, e outro, e outro.

A realidade está a um passo.

26 de maio de 2010

eu começo e não termino
me apaixono e apaixono
eu me garanto, mas não garanto
corto um laço e faço cortina
olho duas vezes e fico
não olho e vou
ando rápido e corro devagar
eu tenho preguiça e sou inquieta
eu acredito e esqueço
eu choro sozinha e rio acompanhada
eu quero, mas me distraio
eu bato rindo e faço carinho com lágrimas
eu sou literal e escrevo em metáforas
eu admito e me calo
eu espero até a última hora e planejo anos a frente
eu elaboro teorias e vou na direção oposta
eu gosto do simples e escolho o complexo
eu mudo e sou a mesma
eu sou duas e sou uma
sou eu e sou você.

15 de março de 2010

A [be]le(ve)za de ser brega.






Explaining the history of Man and nature, although may sound easy, it‘s a very complex task that few people have done efficiently. Robert Parke-Harrison gives a great insight on the topic, introducing a series of pictures that take the subject to thin deeper layers of this co-existence. “Listening to the Earth” looks very simplistic at first sight: a man sitting on a cliff is using a gramophone-like structure to hear sounds from the Earth. Spending more time with the picture, though, drives the viewer to different directions. A lot of details in the image, such as the triangle-shape structure, the light, as well as how the male character is dressed, evoke allegories about femininity, the universe and culture. The way all these elements contrast and interact with each other reveal a complex and well designed story underneath a simple scheme. If linked to other pictures such as “Windwriting” and “Edison‘s light,” the intention behind this art work becomes more evident; the same pattern is repeated, highlighting the above signs while also adding a sequence of actions. Through telling the story of interaction between Man and nature, Parke-Harrison suggests a new way of connecting, through comprehension, not destruction.
In these images, nature is depicted as yin, the female aspect, the passive, permanent side while humankind is yang, the male, active, transforming part. The high point of their promiscuous relationship is represented by their offspring: rudimentary machines Man built out of the environment’s resources. The “transcriber“, the “light-maker” and the “listener” are the turning point of this affair, a chance of establishing a balance - marrying. The struggle for balance in the Taijitu is beautifully illustrated here. In other words, they are the technology available today that gives a better chance of understanding nature and giving back to it rather than unwisely exhausting its means.
“Windwriting” brings the old teacher-student cliché back to life. The character is sitting on a wood chair by a wood desk wearing a windmill-like hat taking notes on a giant piece of paper; strings link the writing wand to bigger and more flexible posts that are then capable of capturing information. This data is translated from the vast circle that is seen above, the universe, into a small one drawn by the man’s arm, humanity’s
restricted rationality. Accordingly, from humankind’s limited form, that is emotional and instinctive before being sensible, it’s impossible to reach a full understanding of everything that exists, but by flexing this tough set of Man’s qualities, a new way of co-existing becomes viable. Accumulation of knowledge by paying attention to nature’s lessons and using it in practical means is the path to wisdom.
This learning experience is brought into a deeper level in “Edison‘s light“. Here, the learner has acquired some independence, walks by itself but still relies on his mentor as an example; their relation is more ephemeral, happens during the lightening and is over right after. The parallel with the final light bulb project by Thomas Edison is a great parallel of this learning suggested by the picture‘s title. The character is positioned on the same angle as the lightening and energy flows on the inside and outside of him; he doesn’t have full dimension of what is happening, but he is humble enough to observe, experiment and accept. His cross is also his wings; culture is a weight full of prejudices , which demands certain posture, dress code and way of acting, but on the other hand subsides within technological development, which allows him to go further.
From the actions that can be inferred in the pictures, namely transcribing in “Windwritting”, miming in “Edison’s light” and meditating in “Listening to the Earth”, the last is the most tuned with nature. He is on his knees, still, merely absorbing the rhythm of the universe; he is close to a sincere truce. But the structure is very weak and his hearing is not well developed, revealing a very fragile situation that might come down the minute after, as do all the 21st century’s efforts in preserving fauna and flora, and recycling. Even though research on new energy sources and natural environment’s restoration have grown exponentially, capitalism urges are stronger and command industrial production along with nature’s devastation, as the man’s material pursuit infers.
Perhaps if the warning about the environment’s degradation present on Parke-Harrison’s pictures was taken more seriously the world would already be in a better situation. The utopia might finally become a reality: yin and yang can be one, teacher and student can truly learn from each other, and walk together. Unfortunately, as the pictures synthesize themselves, humanity has still to overcome a lot of its weaknesses and open itself to true learning to get to the point where nature and Man will work harmoniously together. Describing this relationship, then, would be as simple as writing the end of a fairy tale.





Essay for English 101.

15 de fevereiro de 2010

eu e meus trocadilhos infames...
I find it very sad to go shopping.
I always have the impression that the tomatoes are more lifeful than the still-life humans who buy them.
Such an odd view.
I might be one too...
But the tomatoes.. so red, so interesting.
I should learn to get into tomato mode.
Sonhei que viajava com você num galeão
Que navegava pelo mar sem medo de tubarão
Para o Oriente sempre em frente íamos então
Longe da nossa casa longe do nosso sertão

28 de janeiro de 2010

je suis desole
mais je ne sais pas
qui je suis
qui tu es
qui nous sommes
qu'est-ce qu'il y a a faire

about all this


so
sou

24 de janeiro de 2010

And then I wonder who I am

As I sit and watch the snow fallin' down


Norah Jones & Duke Ellington
only when you loose everything can you have anything.