29 de dezembro de 2009

Ainda nítida, clara, viva, mas intocável. Ali ela estava.
Ele podia lembrar com detalhes das vezes que se escondia e depois voltava com a brisa, o cheiro do mar ou um gosto doce.
Muitas conversas tiveram, nenhuma deu frutos.
Muito tempo tiveram e nenhum tempo também.
Muito de pouco e pouco de muito. Dicotomias irrelevantes e sonhos redundantes.
Mas ali continuava, persistia, depois de todo cansaço, desgaste, não se esvaía.
Várias oportunidades de encontro, de concretização; passaram.
Nenhum deles perfeito, nenhum deles preciso.
Assim foram horas, dias, vidas várias. Também namoros, casamentos, filhos, trabalhos e viagens.
A busca, porém, era a essência, a motivação, o que o matinha, o (a)guardava: aquela imagem que sempre o acompanhou e nunca se tornou realidade; arte. Em seu último instante, quando podia sentir cada milímetro dela, quando achava ter chegado o momento: entendeu. Ali ela estava. A idéia em sua vida se havia transformado. Afinal se fundiram, e partiram.

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