6 de agosto de 2009

Um tiro.
Um qualquer.
Um culpável.

A dois quarteirões do encontro.
Ele lembra, o remédio do avô.
Ele volta, pega o remédio e fica lá; o avô tinha dificuldade de respirar.
Duas horas antes.
O amigo precisa do aparelho de pressão para a mãe.
Ele volta, pega o aparelho de pressão; leva para o amigo; acalma a mãe.
Uma hora antes.
Ele volta, vê uma pessoa ser atropelada; a acompanha ao hospital, espera.
Três horas antes.
Ele volta, o trabalho liga; uma emergência, ele conserta, conversa.
Duas horas antes.
Ele volta, no caminho; o encontro.

E morreu, o sonho no bolso.
Um qualquer.
Um culpável.

Só um tiro.

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